Denúncia
aceita
Ex-ministro e ex-tesoureiro do PT
tornam-se réus por corrupção
e lavagem
4 de agosto de 2016,
21h25
O
ex-ministro do Planejamento Paulo
Bernardo, o ex-tesoureiro do PT João
Vaccari Neto e mais 11 investigados
na operação custo Brasil
tornaram-se réus nesta quinta-feira
(4/8). As denúncias foram aceitas
pelo juiz federal Paulo Bueno de Azevedo,
da 6ª Vara Federal Criminal em
São Paulo. Todos os acusados
responderão pelos crimes de
organização criminosa,
corrupção passiva e
lavagem de dinheiro.
Ex-ministro é acusado de receber
dinheiro desviado de empréstimos
consignados.
Ex-ministro é acusado
de receber dinheiro desviado de empréstimos
consignados.
Os outros 11 réus
são o advogado Guilherme de
Salles Gonçalves, que atuou
nas campanhas da mulher do ex-ministro,
senadora Gleisi Hoffmann; Marcelo
Maran; Washington Luiz Vianna, dono
de uma empresa de informática;
o ex-vice-presidente de gestão
de pessoas dos Correios Nelson Luiz
Oliveira de Freitas; o advogado e
ex-vereador Alexandre Correa de Oliveira
Romano; Pablo Alejandro Kipersmit,
presidente da empresa Consist, contratada
para gerir o crédito de servidores
públicos federais; Valter Silvério
Pereira, diretor jurídico da
Consist; o advogado Daisson Silva
Portanova; o ex-tesoureiro do PT Paulo
Adalberto Alves Ferreira; o ex-proprietário
da empresa Politec Helio Santos de
Oliveira; e o dono da Focal Confecção
e Comunicação Visual,
Carlos Roberto Cortegoso.
Além dos 13
denunciados, foram analisados outros
dois casos no processo. Um é
o de Natálio Fridman, presidente
mundial da Consist. O juiz federal
abriu a possibilidade de ele ser denunciado
separadamente porque o investigado
estar no exterior.
Também
serão denunciados separadamente
o ex-vereador de Londrina Gláudio
Renato de Lima; Hernany Bruno Mascarenhas;
o ex-secretário do diretório
paranaense do PT Zeno Minuzzo; o jornalista
Leonardo Attuch, do site Brasil 247;
a empresária Marta Coerin;
e a promotora de eventos Cássia
Gomes.
João Vaccari Neto também
foi denunciado pela Justiça
Federal.
João Vaccari Neto também
foi denunciado pela Justiça
Federal.
No caso dos seis,
a possibilidade de a denúncia
ser feita separadamente existe porque
eles seriam citados em fatos específicos
e não foram apontados como
integrantes da suposta organização
criminosa.
Há ainda outros
investigados na operação
que o MPF diz não ter denunciado
porque não “formou a
sua opinio delicti, entendendo necessária
a continuidade das investigações”.
Desvios
no consignado
De acordo com a investigação,
Paulo Bernardo recebia recursos de
um esquema de fraudes no contrato
para gestão de empréstimos
consignados no Ministério do
Planejamento. O MPF diz que os serviços
da Consist Software, contratada para
gerir o crédito de servidores,
eram custeados por uma cobrança
de cerca de R$ 1 de cada um dos funcionários
públicos que solicitavam o
empréstimo.
Desse montante, continua
a acusação, 70% eram
desviados para empresas de fachada
até chegar aos destinatários.
Na decisão, o juiz diz que
há indícios da prática
dos crimes, mas ressaltou “o
recebimento da denúncia não
implica o reconhecimento de culpa
de qualquer dos acusados”.
Resposta
da defesa
Paulo Bernardo foi preso na operação
custo brasil, em junho deste ano,
mas foi solto no dia 29 de junho pelo
ministro Dias Toffoli, do Supremo
Tribunal Federal. Em nota, Rodrigo
Mudrovitsch, advogado de Bernardo,
declarou que “Paulo Bernardo
não teve qualquer envolvimento
com os fatos. "Demonstraremos
isso ao magistrado e acreditamos que,
ao final, ele não será
responsabilizado.”
A defesa do ex-ministro
afirma ainda que ele não participou
da celebração do contrato
entre o Ministério do Planejamento
e as associações de
bancos e previdência. Os advogados
também negam que Paulo Bernardo
tenha recebido qualquer quantia da
Consist. Com informações
da Agência Brasil.
Revista Consultor
Jurídico, 4 de agosto de 2016,
21h25