Propina
da Petrobras
José Dirceu é condenado
a 11 anos de prisão por
corrupção e lavagem
de dinheiro
8 de março
de 2017, 15h28
O
ex-ministro da Casa Civil José
Dirceu foi novamente condenado
na operação “lava
jato”. Desta vez, o juiz
Sergio Moro, da 13ª Vara
Federal de Curitiba, sentenciou
o político a 11 anos e
3 meses de prisão pelos
crimes de corrupção
e lavagem de dinheiro.
É a segunda vez que Dirceu
é condenado na "lava
jato". Na primeira foi condenado
a 20 anos pelos mesmos crimes.
Reprodução
É a segunda vez que
Dirceu é condenado na "lava
jato". Na primeira foi condenado
a 20 anos pelos mesmos crimes.
Dirceu
foi condenado por Moro por ter
recebido R$ 2.144.227,73 em propina
proveniente de contratos da empresa
Apolo Tubulars com a Petrobras,
por intermédio de Renato
Duque, diretor de Serviços
da petroleira estatal à
época dos crimes.
Segundo a sentença
proferida por Moro, R$ 1,4 milhão
da propina foi paga por meio de
serviços de táxi
aéreo, mediante o custeio
de despesas pela utilização,
por Dirceu, de duas aeronaves
pertencentes ao lobista Julio
Camargo, que assinou acordo de
delação premiada
com a Justiça e assumiu
ser o intermediário entre
os sócios da Apolo e Renato
Duque.
Segundo o Ministério
Público Federal (MPF),
o ex-ministro fez 113 voos nas
aeronaves entre novembro de 2010
e julho de 2011. Dirceu assumiu
as viagens, mas disse que foram
feitas a título de cortesia.
“Em que
pese o teor dos depoimentos de
ambos, José Dirceu e Luiz
Eduardo de Oliveira e Silva, simplesmente
não é crível
que alguém disponibilize
a título gratuito voos
em seus jatos executivos, cujos
valores são notoriamente
exorbitantes, a um terceiro, de
forma despretensiosa”, escreveu
Moro na decisão desta quarta-feira
(8/3).
Ao todo, segundo
o MPF, foram repassados R$ 7,4
milhões pela Apolo Tubulars
em propina. Além do desviado
por Dirceu, o restante foi direcionado
para o PT, diz a denúncia.
Em troca, Duque garantiu um contrato
de R$ 255 milhões entre
a empresa e a Petrobras, que com
aditivos chegou ao valor de mais
de R$ 450 milhões.
De acordo com
a denúncia, o restante
da propina foi pago por intermédio
de uma empresa do lobista Júlio
Camargo, chamada Piemonte, por
meio de notas fiscais frias.
Mesmo crime
Na mesma sentença, Moro
condenou outras quatro pessoas,
incluindo Luiz Eduardo de Oliveira
e Silva, irmão de José
Dirceu, que deverá cumprir
6 anos e 8 meses de prisão
pelos crimes de corrupção
e lavagem de dinheiro. Dois sócios
da Apolo, Paulo Cesar Peixoto
de Castro Palhares e Carlos Eduardo
de Sá Baptista, foram absolvidos.
Primeira condenação
Em maio de 2015, Dirceu foi condenado
pela primeira vez na “lava
jato”, a 23 anos e três
meses de prisão pelos mesmos
crimes e também por pertencer
a organização criminosa.
Em julho do ano passado, a pena
foi atenuada por Moro, para 20
anos e dez meses, porque o condenado
tem mais de 70 anos.
O ex-ministro
está preso desde agosto
do ano passado no Complexo Médico-Penal
em Pinhais, região metropolitana
de Curitiba. Com informações
da Agência Brasil.
Revista Consultor
Jurídico, 8 de março
de 2017, 15h28
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